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Parto Humanizado: A Chegada da Alice

Boa Noite Mãezinhas, tudo bem? Dei uma sumida, mas cá estou eu de volta! Mas vamos ao que interessa ? Hoje vou trazer para vocês um lindo e emocionante Relato da mamãe Ricielly Mazurechen sobre seu Parto Humanizado, um parto em casa. Já vou dizendo peguem seus lencinhos por quê um cisco vai cair no seu olho.
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"Tudo começou quando eu publiquei no facebook que estava grávida. Mais que rápido surgiram as sugestões de páginas de maternidade para curtir. E lá fui eu curtindo tudo que achava interessante. Certo dia uma dessas páginas compartilhou um parto lindo, HUMANIZADO, domiciliar e eu curiosa pois não tinha conhecimento, vi as fotos, assisti ao vídeo, me apaixonei, de cara, imediatamente. Visitei a página da fotografa e para minha surpresa, inúmeros partos domiciliares humanizados. Pronto, estava ali diante de mim tudo que eu queria. Compartilhei com meu marido que logo de cara também gostou, já emocionado ao ler o relato de um parto humanizado domiciliar. Decidimos que Alice viria ao mundo da forma mais respeitável possível, depois de muita leitura e várias dúvidas sanadas, escolhemos o parto domiciliar humanizado. Entrei em contato com a fotografa (maravilhosa) Elis Freitas que foi conversando comigo e me indicou a equipe Liora • Parto em Casa. Fiz todo o pré natal na minha cidade e ia encaminhando fotos das us, exames e fazendo as consultas a distância com Laura que foi sempre muito amorosa e paciente comigo diante das minhas dúvidas durante a gravidez, logo em seguida fiz uma consulta presencial com a Mayrene encaminhando Jacqueline que também foi uma delícia conhecer!
Com 36 semanas e 6 dias fomos para Cuiabá e lá aguardamos ansiosos até 39 semanas e 6 dias. Na manhã do dia 28 de agosto, domingo, comecei a sentir os prós dromos (falso trabalho de parto) e então fui ao encontro das minhas parteiras que haviam me convidado para participar de uma demonstração em um curso para parteiras e doulas. Chegando lá Clarinha anunciou: A minha irmã vai nascer hoje. Rimos e o curso teve segmento. Começamos a fazer a demonstração do Rebozzo (que maravilha, acho que foi o motivo pelo qual Alice veio mais rápido) e quando terminamos pude levar a bola suíça para fazer exercícios em casa. Passei a tarde rebolando naquela bola e as contrações continuavam ainda sem ritmo e com dores bem fracas, bem parecidas com cólicas menstruais.

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Quando chegou a noite, lá pelas 23 horas as dores começaram a mudar a localização. As pequenas dores começaram a vir no pé das costas e logo eu comuniquei a minha doula Daiane que pediu para que eu marcasse o intervalo das contrações e para variar, sem ritmo ainda. Ela me deu umas dicas e pediu para que eu ligasse a qualquer momento. Quando foi meia noite, novamente chamei no watts, as dores estavam diferentes, e então ela veio ao meu encontro para ver se estava tudo ok pelo fato de eu já vir de um parto normal. Sim, estava tudo ok. Ela ensinou o Samuel como verificar se realmente eu estaria em trabalho de parto observando a linha puérpera e falou, fica tranquila. Está tudo bem! Ela retornou para sua casa e eu pensei, não vou conseguir dormir com essas contrações e ansiosa, vou ficar assistindo filme. Por volta das 3h da manhã escutei um POC e pensei... será que é a bolsa que estourou? Já havia lido relatos de mães falando que escutavam um barulhinho quando a bolsa rompia. Em menos de 30 segundos senti algo quentinho virei para o lado e falei: Minha bolsa estourou. Meu marido me olhou assustado e disse: Capaz!! Falei: Coloca a mão aqui na minha calcinha, tem cheiro de q-boa? Ele estalou os olhos e disse sim. Sim, era minha bolsa, fui para o banheiro com o liquido amniótico escorrendo lentamente por minhas pernas e o sorriso mais largo do universo, tinha finalmente chegado a minha hora!! A sensação que tive era de que minha barriga ia despencar, que Alice ia cair, fiquei segurando a barriga. Kkkkkkkk ligamos para Daí que logo chegou com a Laís (outra doula maravilhosa) e a Elis que começou a preparar o quarto para a realização das fotos. Com as contrações ainda super leves, descansamos e dormimos boas horas durante a noite.

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A Laís cuidou de mim com massagens e movimentações no quadril que aliviavam as dores. Quando foi de manhãzinha, chegaram Laura e Jacqueline e já com as contrações um pouco mais intensas, porém ainda sem ritmo. Escutamos o coração de Alice, estava com 138 bpm, tudo normal, fizemos o toque que para minha surpresa ainda estava com 4 para 5 cm de dilatação. Pensei comigo, desesperada, só??? Não estava acreditando, na minha cabeça passava mil coisas, já comecei a calcular os cm por hora, era só o que eu precisava para me fechar e ficar na minha, deitada e quieta. Acho que elas não perceberam o quanto eu fiquei frustrada em estar com apenas 5 cm dilatado pois na minha primeira gravidez eu comecei a sentir dor com 6 cm e eu ainda estava penas com quase 5. Logo as contrações começaram a pegar ritmo, e quando foi umas 10h da manhã fizemos outro toque, 6 cm com as dores já mais intensas. Não acreditei, comecei a pensar na ocitocina, meu pensamento era: Quero ocitocina, quero ocitocina, quero, quero, quero-o.... Mas não falava nada, aquentava quietinha entre cochilos e agachamentos com massagem da Laís durante as contrações. Chegou meio dia e o cheiro de comida que vinha dos vizinhos começou a me dar enjoos. Tentei comer uma banana, mas não rolou, almoçar muito menos. Segui apenas bebendo água. Quando foi 12:40 fizemos outro toque e lá estava eu com apenas 7 cm. Pensei comigo, ufa, reta final. Foi quando Laura falou que a May e a Maria José me acompanhariam dali em diante pois ela teria que ir cobrir o plantão no hospital e que quando saísse as 18h voltaria para me assistir. O desespero foi maior, imaginei que eu ficaria ali, sentindo dores até as 18h. Queria ocitocina, não queria ficar até 18h sentindo dor. Foi quando a Dai e Elis retornaram do almoço e na porta do banheiro me encontraram agachada, com contrações.

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Quando levantei, ela olhou nos meus olhos e disse, agora você está na parte ativa do trabalho de parto, está com bigodinho de suor. E conversou comigo sempre olhando bem fundo nos meus olhos sobre como procederíamos dali para a frente: - Quando a contração vier, você vai agachar comigo até o chão se segurando nos meus braços e eu nos seus. (Caiu um cisco aqui no meu olho) quando a contração veio, lá fomos nós, agachar. A perna já ficou mole, precisei de uns segundos para retornar em pé. Quando em pé, eu fazia o "automático" balancinho de quadril e ela sempre segurando em minhas mãos. As seguintes contrações ela me abraçava e eu me pendurava soltando o peso sobre ela que aos poucos não conseguia mais me segurar. Foi quando ela pediu para o Samuel me ajudar nos agachamentos seguintes pois precisaria da força dele para me segurar quando as contrações viessem. Ela foi pendurando o rebozzo no pergolado quando eu olhei e disse, eu não vou conseguir me segurar aí, estava mole, pensei que eu fosse despencar de lá. Começaram a encher a piscina e mais uma contração veio. Junto com ela veio a vontade de fazer força, eu estava já no período de expulsão, Alice não queria esperar piscina. Coloquei a mão, ainda estava de calcinha, mas não senti ela. Nos braços do meu marido choraminguei com medo de que durante o momento da força, que também dá vontade de fazer o "2" (risos) eu de fato o fizesse.
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Foi quando eu pedi para tomar remédio para dor e aquele anjinho chamada Dai, veio e mais uma vez olhou no meu olho e disse: Você é capaz, não precisa! E a contração veio. Força, foi o que eu fiz agachada de quatro apoios, apertando as pernas do meu marido que me segurava entre os braços.

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Nesse momento eu senti o chamado Círculo de fogo, ela tinha coroado e eu pude dizer, ela está aqui. Quando veio a próxima contração, sem que eu esperasse, passou a cabecinha dela, foi quando alguém que eu não consegui ver na hora puxou minha calcinha (depois vi nas fotos que foi a May e a Dai). Minha filha Clara que a tudo assistia, se assustou e saiu correndo e disse: O que é isso saindo da minha mãe, gente? Virei para ela e falei:
- Lembra filha dos vídeos que você assistiu com a mamãe, é a Alice... ela mudou o semblante na hora e disse emocionada, É UM BEBÊ, É A MINHA IRMÃ, ALICE <3
Foi necessário apenas mais uma contração para que Alice deixasse meu ventre


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exatamente as 13:01hrs e viesse para os meus braços. 20 minutos entre 7 cm de dilatação e minha filha estar nos meus braços. Todas as palavras do mundo fugiram da minha cabeça. Eu só sabia olhar para aquele ser que eu havia gerado com tanta perfeição. Eu olhava, sentia, e olhava, sentia e só sabia olhar para ela. As palavras não eram suficientes para aquele turbilhão de emoção que estava sentindo, não saiam. Meus pensamentos eram de gratidão por poder segurar Alice toda cheia de liquido, vernix de poder limpa-la e ver aqueles olhões cinza já procurando coisas, tentando sugar seu mamazinho.
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O seu cheiro era algo que nunca na vida eu vou saber descrever. Eu não lembro muitas coisas porque o momento é tão intenso que eu não conseguia me dar conta de tudo que acontecia ao meu redor. Mayrene pegou Alice, me ajudaram a chegar até a cama e ali eu puder amamentar Alice que com muita fome, sugou meu peito por cerca de meia hora e nesse momento eu só queria enviar fotos dela para todos, extremamente orgulhosa por gerar e parir Alice com tanto respeito e amor. Durante esse momento, ainda com algumas contrações, minha placenta deixou meu útero e pudemos esperar que o cordão viesse a ficar branco ainda ligado na placenta. Depois que Alice terminou de mamar, ela foi para o colo da maninha Clara.

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Quanto amor pairava naquele quarto! Então Alice foi para a sessão de fotos com a placenta, papai cortou o cordão, em seguida tiramos as medidas e os peso. Nasceu com 52 cm e 3690 kg e titia Mayrene efetuou os últimos procedimentos com Alice. Fui para o banho sustentada por meu marido que me sentou em uma cadeira em baixo do chuveiro e ali, sozinha eu chorei, REALIZADA E FELIZ.

Linda Alice <3 Arquivo Pessoal

Uma coisa que não posso deixar de relatar e agradecer mais uma vez (e eternamente) é o cuidado de todas (os) vocês comigo. Daí eu não tenho como descrever o que você se tornou para mim, Laís, Mayrene, Laura, Jacqueline, Maria Jose, Elis e Samuel. Todos!!
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Uma vez eu escutei que existem pessoas tão maravilhosas, amáveis e de luz que tu tens o cheirinho de Deus e foi isso que senti quando estive com cada uma de vocês. Não foi eu que escolhi vocês, foi Deus que preparou a forma como fui conhecendo cada uma, cada encontro, cada conversa! "

Mãezinhaas é isso! Fala para mim como não chorar com um relato desse? O que eu tenho a Dizer? Que sim, ela teve escolha própria, que ela foi guerreira em trazer a linda Alice ao mundo de uma forma tão inexplicável.


Alice e Clara! Amor de Irmãs <3
Papai, Alice e Mamãe <3

Como não amar essa Foto <3


Um Beijo e um Cheiro!




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